Presidente do Portugal dos Pequeninos
A postura de bicos de pés do PR perante esta guerra não vem do plano de cumprimento da CRP, mas sim da necessidade de ganhar espaço internacional, abraçando uma narrativa estranha e contrária à CRP, o que fica mal a um "constitucionalista" como ele gosta de se auto intitular.
Esta leitura deveria de ser automática para qualquer democrata e defensor da paz, reparemos na CRP:
" 2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos." Art. 7º da Constituição da República Portuguesa
Para além desta intenção do PR, vem temperado com uma pitada do sindrome do país "periférico e pequeno", narrativa esta criada à direita por conveniência histórica que ainda pagamos hoje, tornando num "país de vistas curtas" do ponto de vista estratégico. Portugal necessita de reflectir e reenquadrar-se geopolíticamente, de perceber o seu lugar no mundo, nesta problemática surge logo à cabeça, mais uma frase feita, "Portugal é a porta de entrada na Europa" é claro que isto depende da perspectiva de quem quer entrar e é fácil perceber que perspectiva é esta.
Na perspectiva "americanizada" Portugal é a entrada possível porque pelo outro lado do globo encontrará a Rússia e a China (nota: não esquecer que o planeta é redondo). A afirmação "as fronteiras da Ucrânia são as fronteiras de Portugal" é bastante revelador da forma como damos as costas pelos interesses norte americanos. Marcelo Rebelo de Sousa cumpriu um papel de porta voz dos interesses do complexo indutrial de guerra dos EUA e não de Presidente da República Portuguesa. As viagens do nosso PR à Polónia e à Ucrânia serve como porta voz dos EUA e não de Portugal.