São abstenções meu senhor . . . São abstenções . . .
As abstenções escondem por detrás a realidade. Para compreender a abstenção é necessário conhecer a realidade e não fugir dela. A realidade é clara: a vida está melhor, os salários subiram, os passes baixaram o preço, e as contribuições para a segurança social aumentaram, não aumentando a carga fiscal, logo, seria espectável que a abstenção diminui-se e não o seu contrário. A questão é que as coisas da vida não são assim tão simples.
O povo português e a sua democracia portuguesa vivem um problema grave, de saúde, que tem resolução, mas esta cura demora o seu tempo, como qualquer terapia. Primeiro é determinante encarar a democracia como um processo e não como um momento. Mas de quem é a culpa? A culpa são das políticas que têm fustigado as populações anos sucessivos.
É necessário continuar a melhoria das condições de vida dos portugueses. Travar este rumo teria como consequência uma ressaca que poderia não só alimentar a abstenção, ou pior, alimentar falsas alternativas, nomeadamente a extrema direita. É urgente continuar a insistir e continuar a criar esperança sendo que a abstenção não se combate do dia para a noite.
Quanto mais esperança, menos abstenção. Melhores condições de vida, mais esperança.